A Escola Mato-grossense de Notários e Registradores (Emnor) e a Associação dos Notários e Registradores do Estado de Mato Grosso (Anoreg-MT) realizaram neste sábado (10 de setembro) o primeiro dia do Curso “Excelência em Gestão e Compliance Notarial e Registral”, com o consultor Adriano Sanches.

     Ele iniciou a capacitação falando de gestão, que, em sua avaliação, é a atividade administrativa que visa atingir os objetivos da organização/companhia de maneira eficaz, valorizando os conhecimentos e as habilidades das pessoas. “O gestor deve ter a capacidade de manter a sinergia entre o grupo, a estrutura e os recursos já existentes”, destacou.

     Conforme Adriano Sanches, a gestão tem como princípios fundamentais para o alcance dos resultados esperados pela organização incentivar a participação, estimular a autonomia e a responsabilidade dos funcionários. O foco é a questão gerencial, cujo processo é voltado para o político-administrativo, ou seja, carrega componentes mais humanos, mais intuitivos do que a administração. “Administrar e gerir são diferentes. O administrar está mais voltado para o processo e os recursos de forma técnica e direta, enquanto a gestão trabalha o contexto e o desenvolvimento humano associado ao processo. Em poucas palavras, quando administramos, focamos em planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar. Quando fazemos gestão, agregamos a administração a parte humano, buscando desenvolver, contextualizar o envolvimento e concepção holística das atividades”.

Como deve ser a gestão nos cartórios?

     Para o expositor, “não muito diferente da gestão organizacional convencional. Cartório, do ponto de vista administrativo, é uma empresa como qualquer outra, uma vez que visa o lucro, diferenciando-se apenas nos aspectos dos serviços prestados que são regidos e definidos pelo Judiciário”.

     Adriano Sanches questionou: “ainda que isso não seja novidade, por qual razão muitas vezes a prática dos modelos de gestão nos cartórios são difíceis de se implementar e acaba falhando? As possíveis causas são: modelo de gestão não foi planejado adequadamente; metodologia ou modelo não está alinhado com as filosofias da serventia; não há monitoramento das informações de forma que estabeleça ações em prazos regulares; a equipe não foi envolvida adequadamente ou a alta direção conseguiu apenas o envolvimento da equipe e não o seu comprometimento. Para que o sistema de gestão de fato funcione, a serventia deve considerar sua essência sendo contextual, intuitiva, holística, planejada, coesa, parte da rotina, compreendida e praticada por todos. Se você quer ser referência, até o seu serviço de faxina deve estar alinhado com este objetivo”.

Como fazê-la?

     Segundo Adriano Sanches, “antes de tudo, todos devem saber e ser conscientizados dos objetivos de um programa de gestão e dos seus objetivos aplicados ao cartório. Dica: ninguém compra algo, seja ideia, produto ou serviço, se não sentir que isso agrega ou reflete em melhoria para si. Então, ao expor ou revisitar os objetivos do sistema de gestão, levante os pontos positivos de interesse dos envolvidos para conseguir vender a ideia e conquistar a participação de todos. Mas, para isso, a alta direção e todos os ‘cabeças’ do processo devem compreender o que é, para que serve, o que agrega e se de fato é aplicável dentro do contexto e da realidade da serventia. Lembre-se que você venderá a ideia. Então, domine-a, pois certamente você será testado e todo o processo também, já que mudanças ou adequações causam desconforto. Isso acontecerá até que as mudanças se incorporem ao dia a dia, tornando-se rotina”.

     O consultor ainda explanou sobre gestão de pessoas, explicando sobre recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento; coaching; folha de pagamento; políticas de benefícios; programas de reconhecimento e recompensas; pesquisas e avaliações; bem como gestão financeira; gestão de processos; gestão estratégica e planejamento estratégico; gestão de indicadores; gestão da qualidade e, por fim, certificações.

Assessoria de Comunicação da Anoreg-MT