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Cartórios apontam aumento de 145% nos óbitos por causas respiratórias em MT

20 de janeiro de 2021
 

     Entre as doenças desse tipo, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrou a maior alta, com crescimento de 128%, seguida pelas causas indeterminadas, que registraram aumento de 88,8%, no mesmo período

     O número de óbitos por doenças respiratórias teve um aumento de 145% em Mato Grosso, passando de 2.569 para 6.306, na comparação entre 2019 e 2020, conforme dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).

     Entre as doenças desse tipo, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrou a maior alta, com crescimento de 128%, seguida pelas causas indeterminadas, que registraram aumento de 88,8%, no mesmo período.

     Conforme o levantamento, os óbitos registrados pelos Cartórios de Mato Grosso em 2020 totalizaram 19.201, 6,6% a mais que no ano anterior, superando a média histórica de variação anual de mortes no estado que era, até 2019, de 3,1% ao ano.

     De acordo com a Arpen, o número de óbitos registrados em 2020 pode aumentar ainda mais, assim como a variação da média anual, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência.

     Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para registro de óbito em razão da situação de emergência causada pela Covid-19.

     Ainda conforme os dados divulgados, entre os óbitos causados por doenças cardíacas, muitas vezes relacionadas à Covid-19, a comparação entre 2019 e 2020 aponta um aumento de 48,3%, passando de 1.883 para 2.794.

     Entre as doenças do coração, o registro que apontou maior crescimento foi o de mortes por Causas Cardiovasculares Inespecíficas, que cresceu 99% entre os anos, sendo que o aumento dos óbitos em domicílio é uma das explicações para o diagnóstico inespecífico das mortes causadas por doenças do coração.

Mortes em casa disparam

     O receio das pessoas frequentarem hospitais ou mesmo realizarem tratamentos de rotina durante a pandemia, assim como a falta de leitos em momentos críticos da Covid-19 no Brasil, fez com que o número de mortes em domicílio disparasse em Mato Grosso quando se comparam os anos de 2019 e de 2020, registrando um aumento de 30,4%.

     Segundo a Associação, as mortes por causas respiratórias fora de hospitais cresceram 598%, sendo que novamente a SRAG foi a que registrou a maior variação, 566%. Também cresceram os óbitos por Insuficiência Respiratória (145%), Septicemia (319%), e Causas Indeterminadas (346%).

     Os registros de óbitos, feitos com base nos atestados assinados pelos médicos, apontam que 1.394 mato-grossenses morreram de Covid-19 em suas casas.

     Os óbitos por causas cardíacas fora de hospitais também dispararam em 2020, com registro de aumento de 179% na comparação com o ano anterior.

     Neste tipo de doença, conforme o levantamento, o maior aumento se deu nas chamadas Causas Cardiovasculares Inespecíficas (301%), muito em razão de o falecimento ocorrer sem assistência médica, dificultando a qualificação da doença.

     Também cresceram os óbitos em casa por Acidente Vascular Cerebral (AVC), aumento de 181%, e Infartos, que cresceram 99,1%.

Fonte: G1