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Autismo e mercado de trabalho: a realidade por trás da inclusão

18 de abril de 2023

     Empresária de Sorriso conta com alegria sobre sua experiência com funcionário autista.

     Independente de cotas, incluir pessoas com condições genéticas como Transtorno do Espectro Autista (TEA) vai muito além de uma obrigação, é uma atitude nobre que demanda muita dedicação, paciência e amor ao próximo. Ter em seu quadro de funcionários alguém que requer um cuidado tão especial é possível e, além disso, pode ser também muito gratificante.

     Alyne Gracioli, proprietária da Clínica Andare, de desenvolvimento infantil, na cidade de Sorriso, interior de Mato Grosso, enxergou essa possiblidade e criou no início de 2023 um projeto de inserção de adolescentes que enfrentam algum desafio no neurodesenvolvimento no mercado de trabalho. “Nós demos espaço para dois adolescentes: a Flávia, que tem Síndrome de Down, e o Munir, que está dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), para que eles pudessem iniciar essa vida de trabalho aqui conosco”, conta Alyne.

     Os jovens funcionários são responsáveis por atividades como a confirmação da agenda da empresa, fazer a recepção dos pais e por preparar o café. “Eu espero que essa ideia possa ser reproduzida por outras empresas para que todos consigam enxergar o quanto a nossa pessoa com algum desafio no neurodesenvolvimento é capaz de estar dentro desse mercado de trabalho”, anseia Gracioli.

     Alyne explica que para treiná-los, no primeiro momento, foi necessário um auxílio especial para que eles pudessem se ambientar ao desafio de exercer uma função no mercado de trabalho, mas aos poucos ambos começaram a trabalhar com muita responsabilidade. “O que eles precisam é muitas vezes só de um auxilio especial no primeiro momento, mas depois eles conseguem exercer a função com muita responsabilidade e com muito cuidado”, relata.

     Desde 2012, virou Lei no Brasil a inclusão de pessoas do espectro autista no mercado de trabalho. Trata-se da Lei Berenice Piana, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e que obriga empresas com mais de 100 funcionários a ter autistas em seu quadro. Para empresas menores, o que resta é a compaixão pelo próximo e a missão de inspirar outras pessoas a dar oportunidade de inclusão a pessoas autistas. “Que isso sirva para outras empresas também”, conclui Alyne.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Anoreg/MT