A Associação dos Notários e Registradores do Estado de Mato Grosso (Anoreg-MT) inaugurou na manhã desta sexta-feira (25 de outubro) o Memorial “Arnaldo Rondon e João Batista de Almeida” em solenidade que contou com a participação de notários, registradores e familiares dos homenageados.
A titular do 5º Ofício de Cuiabá, Maria Helena Rondon Luz, registrou estar “profundamente emocionada com a homenagem. Agradeço a todos que vieram nos prestigiar e toda essa nova geração que está sempre coesa, um grupo e um trabalho incessante de um cartório cada vez mais moderno, mais atuante e honrado para toda a sociedade”.
Já a titular do 1º Ofício de Nova Mutum, Manoela Maria Auxiliadora de Almeida, filha de João Batista de Almeida, disse estar lisonjeada com a homenagem. “Nossa família agradece muito a Anoreg-MT pela homenagem. Para se ter ideia, minha mãe, com 87 anos de idade, fez questão de vir a Cuiabá participar da solenidade”.
O presidente da Anoreg-MT, José de Arimatéia Barbosa, informou que tem “um carinho especial pelas famílias dos homenageados. Quando cheguei em Mato Grosso, o primeiro cartório visitado foi o da Manoela, de quem recebi muitas instruções. Nossos parabéns aos familiares, em especial aos seus respectivos pais, antecessores dessa jornada de sucesso. Eu sempre faço referência a um cantante popular, o Paulinho da Viola, que diz que ‘quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado. Então, é pensando nessa máxima que nós estamos a render essas homenagens aos primeiros notários e registradores que aqui chegaram”.
Arnaldo Rondon
Nasceu na cidade de Cáceres aos 23/02/1918, filho de José Teófilo da Silva Rondon e Antônia Afra Rondon. Com apenas 12 a 13 anos, veio a cavalo para Cuiabá em busca de emprego que possibilitasse estudar, enfrentando todo tipo de dificuldades na viagem.
Chegando em Cuiabá, conseguiu um quarto numa pensão do Sr. Chico Jorge e, em troca de acomodação e alimentação, trabalhava como garçom no restaurante e estuda no Liceu Cuiabano de Mato Grosso, onde concluiu a quinta série ginasial em 1939, com 21 anos de idade.
Nessa época, ficou amigo de um jovem rapaz com 25 anos, o Sr. João Nunes Dias, que o incentivou a ir para o Rio de Janeiro a procura de cursos profissionalizantes, onde se hospedaram na pensão da Dona Sinhorinha. O garoto Arnaldo Rondon se identificou com o curso de escriturário, período este que conviveu com a Revolução de 1930. Em meados de 1936, já com 21 anos, o chefe de polícia política convocou vários rapazes de Cuiabá para engajar na Polícia Militar do Rio de Janeiro e trabalhar. Foi quando ele colocou em prática a aprendizagem que teve no Rio de Janeiro.
Retornou para Cuiabá no ano de 1943, onde conheceu a jovem que viria a se tornar sua esposa, Ilva Gomes Rondon. Casamento realizado em 26/04/1944, com quem teve seis filhos: Inês Rondon Borges (falecida em 24/08/1983), Maria Helena Rondon Luz, Nélson Luiz Rondon, José Teófilo Rondon, Regina Estela Rondon Lebrinha de Almeida e João Gomes Rondon. Por intermédio do seu sogro, João Gomes Monteiro Sobrinho, montou uma pequena sala, com uma máquina de escrever manual, onde começou a fazer as suas primeiras petições.
No ano de 1945, dia 04/12/1945, foi nomeado, por ato do interventor federal, para exercer efetivamente o cardo de escrivão de inventários, órfãos, ausentes e interditos da Comarca de Cuiabá, vago em virtude de exoneração de Jorcy Siqueira Dreaux. Na data de 05/01/1949, foi classificado, pelo Decreto nº 593, de 04/01/1949, para exercer efetivamente o cargo de tabelião do Quinto Ofício da Comarca de Cuiabá; pela Portaria 60/85, do Conselho da Magistratura, a pedido, para exercer as funções de escrivão junto à 1ª Vara Cível da Capital. Teve no período de serviço de 05/01/1945 a 20/06/1986, 40 anos, 6 meses e 28 dias.
Foi um dos sócios fundadores da Cia Telefônica Cuiabana.
Fundou o primeiro Colégio Notarial de Mato Grosso, juntamente com o tabelião de Aquidauana, Dr. Arsenio Serrou Camy, quando Mato Grosso era um único Estado.
Arnaldo Rondon pautou sempre a sua vida na defesa da classe cartorária e na luta pelas injustiças e, sobretudo, com honestidade e honradez, as quais soube transmitir aos seus filhos.
Com o falecimento de sua esposa Ilva Gomes Rondon, ocorrido em 04/11/1979, na data de 14/11/1983 contraiu uma nova união com a Sra. Eliane Lucy Baracat, a qual lhe deu um filho de nome Antônio Baracat Rondon. O casamento foi desfeito com o divórcio ocorrido em 20/03/1992.
Recebeu o título de cidadão cuiabano conferido pela Câmara Municipal de Cuiabá em 08/04/1992, por indicação do vereador Barão Viégas.
Faleceu no dia 27/08/1999 em Cuiabá, deixando o legado de um homem simples, sério, inteligente, amigo e, acima de tudo, amoroso com a sua família.
João Batista de Almeida
Nasceu na cidade de Nossa Senhora do Livramento, em Mato Grosso, no dia 24/11/1928, filho de Carlos Antunes de Almeida e Maria Catarina Toledo de Almeida. Casou-se com Julieta Rosário de Figueiredo Almeida e tiveram sete filhos.
Foi tabelião da cidade de Nossa Senhora do Livramento no período de 1954 a 1956.
Prestou concurso público para a Comarca de Diamantino, processo nº 2006/56, da Diretoria do Expediente do Governo, em 28/07/1956, nomeado pelo governador João Ponde de Arruda, prestando compromisso perante o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso em 14/08/1956.
Dedicou toda a sai vida ao cargo, permanecendo até o fim de seus dias, em 28/01/1987.
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